Paulo Mendes da Rocha

PAULO MENDES DA ROCHA

 Foto 01: CAU-RB

 Foto 01: CAU-RB

    Paulo Archias Mendes da Rocha, nasceu em 25 de outubro de 1928 em Vitória, Espírito Santo. Mudou-se ainda jovem para São Paulo ainda jovem e ingressou na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Mackenzie com 21 anos. Formou-se em 1954 e em sua primeira grande obra, o Club Athlético Paulistano, já era visível a influência da “Escola Paulista” em sua arquitetura.

    A arquitetura de Paulo Mendes é vista como um exemplo do pensamento estético do movimento conhecido como “Escola Paulista de Arquitetura Brasileira” que apesar de bastante criticada preocupava-se essencialmente com a promoção de uma arquitetura "crua, limpa, clara e socialmente responsável" e apresentava soluções formais que supostamente permitiriam a imediata apreensão, por parte dos usuários da arquitetura, dos ideais de economia e síntese espacial expostos em seus elementos formais.

Como arquiteto, Paulo Mendes ganhou ao todo 12 prêmios, dos quais vale destacar o Prêmio Mies Van der Rohe de Arquitetura Latino-Americana (1999) e o Prêmio Pritzker (2006). Entre suas obras se destacam: a Pinacoteca do Estado de São Paulo, a Capela de São Pedro, o Estádio Serra Dourada, o Museu dos Coches e a Casa Gerassi.


OBRAS:

Pinacoteca do Estado de São Paulo - Reforma(1998)

    

    Fotos 02 e 03: Nelson Kon - Disponível em: Archdaily                                    


A Pinacoteca do Estado de São Paulo é um dos mais importantes museus de arte do Brasil. Ocupa um edifício construído em 1900, no Jardim da Luz, centro de São Paulo, projetado por Ramos de Azevedo e Domiziano Rossi para ser a sede do Liceu de Artes e Ofícios. É o mais antigo museu de arte de São Paulo, fundado em 1905 e regulamentado como museu público estadual desde 1911.


    Após a reforma conduzida por Paulo Mendes da Rocha na década de 1990, tornou-se uma das mais dinâmicas instituições culturais do país, integrando-se ao circuito internacional de exposições, promovendo eventos culturais diversos e mantendo uma ativa produção bibliográfica. A Pina, como também é conhecida, também administra o espaço denominado Estação Pinacoteca, ou Pina Estação, instalado no antigo edifício do DOPS, no Bom Retiro, onde mantém exposições temporárias de arte contemporânea, a Biblioteca Walter Wey e o Centro de Documentação e Memória da instituição.

    

    O objetivo primordial da obra foi a adequação do edifício às necessidades técnicas e funcionais para receber definitivamente a Pinacoteca do Estado, cujo perfil funcional estava perfeitamente delineado pela sua localização urbanística, pelos espaços internos, pelo público potencial e pela idéia de ampliação do acervo, recepção de exposições temporárias e dotação do prédio de toda a infraestrutura necessária.

 

     Foto 04: Nelson Kon - Disponível em: Archdaily


    Os vazios internos foram cobertos por claraboias planas, confeccionadas em perfis de aço e vidros laminados. Evitou-se a entrada de chuva e garantiu-se, através da ventilação, a reprodução das condições originais de respiração do conjunto dos salões internos. Ao mesmo tempo, possibilitou uma nova utilização desses espaços: no nível do chão, salões de pé direito triplo, que possibilitam uma nova articulação entre todas as funções, liberta da rígida planta original; nos pisos superiores foram instaladas passarelas metálicas vencendo os vazios dos pátios laterais;  no vazio central, foi construído o auditório, cuja cobertura, no primeiro pavimento, transformou-se num saguão monumental que articula, em conjunto com as passarelas, praticamente sem barreiras, através dos eixos longitudinal e transversal do edifício, todos os seus espaços. Em um pátio lateral foi instalado um grande elevador para o público e montagens.

     Foto 05: Archdaily


    Foto 06: ArchDaily

    

    A Pinacoteca abriga um dos maiores e mais representativos acervos de arte brasileira, com mais dez mil peças abrangendo majoritariamente a história da pintura brasileira dos séculos XIX e XX. Destacam-se também a Coleção Brasiliana, integrada por trabalhos de artistas estrangeiros atuantes no Brasil ou inspirados pela iconografia do país, a Coleção Nemirovsky, com um expressivo conjunto de obras-primas do modernismo brasileiro e, mais recentemente, a Coleção Roger Wright, recebida em comodato no mês de janeiro de 2015.


Capela de São Pedro (1987)


     Foto 07: Leo Giantomasi - Disponível em: ArchDaily

    

    A capela, que fica ao lado do Palácio da Boa vista, foi construída em 1998, em Campos do Jordão. O edifício pode ser resumido em quatro elementos estruturais: o pilar cilíndrico central, a laje plana sustentada por vigas invertidas, a nave e altar, e o coro; e quatro elementos compositivos: o altar fixo, o sacrário, a base da pia batismal, e a escada que conecta altar e batistério. Todos em concreto aparente. Estão inscritos num segundo retângulo, semelhante e interno ao primeiro, cujos lados medem doze metros e quinze centímetros, e dezessete metros e vinte centímetros.

  Foto 08: Corte A - Disponível em: ArchDaily


    O piso da nave e altar formam um volume único escalonado em plataformas descendentes que circundam o pilar central. Depois de descer os seis degraus da nave, o piso volta a subir levemente em rampa até o altar. O coro é acessado através do primeiro degrau da nave. Está em nível pouco mais elevado. Um pequeno volume trapezoidal justaposto à borda do degrau da nave faz-se de degrau ao coro. Sua forma é dada por uma viga em L que se apoia na viga transversal que leva ao pilar.


    Foto 09: Gabriel de Andrade Fernandes - Disponível em: ArchDaily

   Foto 10: Corte B - Disponível em: ArchDaily


    Ao lado do altar uma escada leva ao batistério mais abaixo. Seus primeiros cinco degraus desenvolvem-se em um quarto de circunferência subtraída do volume do piso do altar, como um baixo relevo. Os degraus seguintes desenvolvem-se em linha reta, primeiramente como uma pequena passarela e logo com quatro degraus contínuos. Configuram um volume independente que parece não tocar nem o volume elevado do altar nem o piso do batistério sobre a água.


            Fotos 11 e 12: Leo Giantomasi - Disponível em: ArchDaily


Estádio Serra Dourada (1975)


    Foto 13: Divulgação GCP Arquitetos - Disponível em: Galeria da Arquitetura


    O Estádio Serra Dourada é um estádio desportivo localizado em Goiânia, Goiás, Brasil.No estádio realizam-se as partidas dos principais times de futebol da cidade – Goiás, Atlético, Vila Nova e Goiânia, além de outros eventos em geral, tais como shows musicais, como em maio de 2013 que recebeu o Beatle Paul MacCartney que se apresentou para mais de 40 mil pessoas.


    Foto 14: Divulgação GCP Arquitetos - Disponível em: Galeria da Arquitetura


    Foi projetado por Paulo Mendes da Rocha. A sua inauguração ocorreu em 9 de março de 1975. Era o sétimo maior estádio do país, hoje é o vigésimo primeiro, tendo uma área de 500 mil m².


    Foto 15: Disponível em: Line Arquitetura

 Museu dos Coches (2015)


    Foto 16: Fernando Guerra - FG+SG


    O Projeto para o Novo Edifício do Museu Nacional dos Coches foi lançado em 2008, de forma a fazer coincidir a inauguração com as comemorações do Centenário da República, em 2010. Com a primeira pedra lançada em 1 de fevereiro de 2010 e inaugurado em 23 de maio de 2015, o Projeto teve a assinatura do arquiteto brasileiro Paulo Mendes da Rocha num consórcio com o arquiteto português Ricardo Bak Gordon e o Engenheiro Rui Furtado . Apesar da beleza e encanto do Picadeiro Real de Belém, a necessidade de aumentar a área expositiva do Museu e de criar novas infraestruturas técnicas e serviços de apoio, foi sempre premente. Deste modo, após 110 anos funcionando no Antigo Picadeiro, o Museu passou a ocupar uma área onde antes se situavam as antigas Oficinas Gerais do Exército.

    

    Foto 17: Fernando Guerra - FG+SG

    O edifício do Museu dos Coches surgiu em Belém como um equipamento cultural mas também como um lugar público (Back Gordon). Nas palavras de Paulo Mendes da Rocha “o museu não tem porta e relaciona-se para todos os lados” ; o verdadeiro projeto não é o edifício do museu, mas o fato de este, através do “anexo”, coser a malha da cidade e destacar o “pavilhão” como um grande tesouro (um paralelepípedo de 132m x 48m x 12 m, elevado do chão por 14 pilares circulares).


    Foto 18: ArchDaily

    Foto 19: Maquete Física - Disponível em: ArchDaily

Casa Gerassi (1991)


    Foto 20: Fernando Stankuns

 

    A Casa Gerassi foi concebida para romper dois prejuízos da construção pré-fabricada: um, que é para pobres, porque padroniza, congela e limita; e, dois, que é para grandes construções, como estádios e pontes, porque leva implícito grandes vãos e eficiência construtiva.


    Para uma casa de um casal de classe média alta e duas filhas, utilizar uma estrutura pré-fabricada de concreto armado e protendido era pouco levado em consideração, tanto pelos arquitetos como pelos clientes. No entanto, aliado ao fator cliente = engenheiro, e consequentemente a um discurso orçamentário, prático e ágil, o projeto foi logo aprovado.


    Foto 21: Fernando Stankuns

    A casa se desenvolve num pavimento superior. O nível térreo é livre, uma grande área de lazer, com somente os volumes da escada e de apoio à piscina interrompendo a total abertura dessa área. Posteriormente, outro volume de paredes diagonais em cor laranja foi adicionado.


    Foto 22: Planta Baixa do Pav. Térreo - ArchDaily

    Distributivamente, a casa se desenvolve ao redor de uma clarabóia quadrada e seu respectivo ralo, disposto sem maiores preocupações como um gradil horizontal ao meio do salão de estar e jantar, que entra em consonância com a singeleza dos ladrilhos hidráulicos que compõe o piso.

 

 Foto 23: Planta Baixa do Pav. Superior - ArchDaily

    Não há corredores. Os três dormitórios em suítes têm suas portas diretamente a esse salão. Enquanto este tem suas vistas a nordeste, os dormitórios dão para sudoeste. A cozinha e área de serviço é lateral ao salão principal, separada deste pela escada, também iluminada zenitalmente. O programa e a distribuição funcional, da mesma forma que a estrutura da casa, é muito simples.


Bibliografia:


Bibliografia de Paulo Mendes da Rocha. Disponível em: https://arquivo.arq.br/profissionais/paulo-mendes-da-rocha. Acesso em: 29 de novembro de 2020.


Paulo Mendes da Rocha. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Paulo_Mendes_da_Rocha. Acesso em: 29 de novembro de 2020.


Pinacoteca do Estado de São Paulo. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/787997/pinacoteca-do-estado-de-sao-paulo-paulo-mendes-da-rocha. Acesso em: 29 de novembro de 2020.


Clássicos da Arquitetura: Capela de São Pedro / Paulo Mendes da Rocha. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/774776/classicos-da-arquitetura-capela-de-sao-pedro-paulo-mendes-da-rocha?ad_source=search&ad_medium=search_result_all. Acesso em: 29 de novembro de 2020.


Estádio Serra Dourada. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Est%C3%A1dio_Serra_Dourada. Acesso em: 29 de novembro de 2020.


Museu dos Coches. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/767363/museu-dos-coches-paulo-mendes-da-rocha-mmbb-arquitetos-bak-gordon-arquitectos?ad_source=search&ad_medium=search_result_all. Acesso em: 29 de novembro de 2020.

Casa Gerassi. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/01-29072/classicos-da-arquitetura-casa-gerassi-paulo-mendes-da-rocha. Acesso em: 29 de novembro de 2020.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Richard Meier

Affonso Eduardo Reidy

David Libeskind